Os transtornos alimentares possuem múltiplas causas , que podem ser: genéticas, ambientais, sociais e culturais.
O comportamento alimentar inclui algumas dimensões, que são:
- Dimensão fisiológica nutritiva: satisfação das necessidades nutricionais do corpo.
- Dimensão psicodinâmica e afetiva: satisfação do prazer que se dá ao ingerir o alimento.
- Dimensão relacional: satisfação da relação que se tem com o alimento.
O comportamento de comer é motivado conscientemente pelas sensações básicas de fome, sede e saciedade. Essas são geradas, controladas e monitoradas por diversas áreas do organismo: o hipotálamo (centro de saciedade) e várias estruturas cerebrais ligadas às dimensões citadas acima.
Dentro dos transtornos alimentares o meio social está diretamente relacionado com os aparecimentos dos sintomas iniciais e com a evolução do quadro. Os padrões apresentados constantemente nas mídias sociais tendem a ter grande peso no nosso mundo psíquico.
Vivemos em uma época visual, o mundo está repleto de imagens, gerando em muita gente a busca inconsciente dessas imagens frequentes que ficam estabelecidas no nosso inconsciente.
Vou citar dois transtornos alimentares mais comuns, a Anorexia nervosa e a Bulimia nervosa:
Anorexia Nervosa:
É caracterizada pela perda de peso autoinduzida por privação de alimentos de alto índice calórico ou por comportamentos como vômitos induzidos, exercícios excessivos e uso de diuréticos e laxantes.
Ocorre com mais frequência em garotas adolescentes e mulheres jovens (+ de 90% dos casos ocorrem no sexo feminino).
Dentro da anorexia existe uma busca exigente de magreza e o medo intenso de parecer ou ficar gorda (o).
Do ponto de vista psicopatológico o que é característico da anorexia nervosa é a distorção da imagem corporal, apesar de muito emagrecida a paciente percebesse gorda.
Bulimia Nervosa:
Caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar, comportamentos de vômitos induzidos com frequência de ao menos 3x por semana e autoavaliação excessivamente influenciada pelo próprio peso e forma física.
Da mesma forma que a anorexia nervosa, a bulimia ocorre em 90% dos casos entre as mulheres, começando no final da adolescência ou no inicio da idade adulta.
Tratamento:
O melhor tratamento para transtornos alimentares é através de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, dentro deles posso destacar a importância do Psiquiatra para a intervenção medicamentosa, Psicólogo para trabalhar toda a parte emocional e comportamental e nutricionista para favorecer outro vínculo relacionado à alimentação.
IMPORTANTE:
Se você se identificou com alguns dos distúrbios alimentares citados acima, procure ajuda! O primeiro grande passo para a melhora é reconhecer a necessidade de um tratamento.
Psicólogos, médicos, Nutricionistas, podem ajudá-lo a compreender os gatilhos que levam a esse comportamento de distorção de imagem, assim melhorando a sua relação com a comida, sua saúde e sua qualidade de vida.
Bibliografia:
Do vazio mental ao vazio corporal: um olhar psicanalítico sobre as comunidades virtuais pró-anorexia – FAVA, Melina; PERES, Rodrigo – https://www.scielo.br/pdf/paideia/v21n50/08.pdf
Livro: Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais – Paulo Dalgalarrondo
Psicoterapia como estratégia de tratamento dos transtornos alimentares: análise crítica do conhecimento produzido – COMIN, Fabio; SANTOS, Manoel https://www.scielo.br/pdf/estpsi/v29s1/21.pdf
Texto feito por:
Psicóloga Tainá Mazzitelli
CRP: 06/142828
Tainá atualmente atende pela Mente Amiga.